Medidas contra tarifaço são positivas, mas governo deve focar em negociação

Pacote dá fôlego para setores mais atingidos pelas tarifas dos Estados Unidos; foco agora deve ser na diminuição das tensões

As medidas anunciadas pelo Executivo, no dia 13 de agosto, para conter danos causados pelo tarifaço dos Estados Unidos ao Brasil eram necessárias diante da gravidade da situação, avalia a FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado) e o Sincomercio (Sindicato dos Lojistas e do Comércio Varejista de Americana, Nova Odessa e Santa Bárbara d’Oeste).

As políticas, que envolvem disponibilidade de crédito a empresas mais atingidas, adiamento de arrecadação de impostos, estímulos via compras governamentais e apoio jurídico nos tribunais norte-americanos terão efeitos significativos, sobretudo, para produtos industrializados, que, com a taxação do mercado estadunidense, ficam provisoriamente sem direcionamento.

Essas mercadorias não serão realocadas em outros mercados no curto prazo e, por isso, as empresas que as produzem estão sujeitas a impactos mais sérios — os quais, em alguns casos, prejudicam regiões inteiras do País. Portanto, sem um resgaste imediato, a sobrevivência desses negócios estaria em risco.

No entanto, é preciso também que o governo não aumente ainda mais a tensão diplomática com a Casa Branca. “O momento é de evitar declarações retaliatórias e evitar discussões públicas improdutivas. É mais relevante negociar com responsabilidade e moderação”, declara o presidente do Sincomercio, Vitor Fernandes. “Só assim as medidas, que entendemos não ter fundamento econômico, terão a chance de serem revertidas”, conclui.

 

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