Embora a elevação de alguns produtos, a queda de outros fará com que os itens desta data tenham retração tímida; supermercados devem faturar 5% a mais no período
Em um contexto de inflação da alimentação, o item mais procurado da Páscoa também está com o preço pressionado. Dados levantados do IBGE pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) apontam que, em um ano, houve encarecimento de 18,5%, do chocolate em barra e dos bombons, e de 15,7%, do chocolate em pó.
No geral, a cesta de alimentos típicos para a refeição da Páscoa se manterá praticamente no mesmo preço do ano passado — uma variação negativa tímida de 0,43%. É uma boa notícia, considerando que, em 2023, houve elevação de mais de 20%.
O aumento dos chocolates acontece, dentre outros fatores, por causa da quebra na safra dos grandes players do produto no mercado internacional, como é o caso de Gana, na África. Por isso, o item disparou em nível mundial.
Ainda assim, como esse tipo de alimento tem repercussão menor no orçamento das famílias, o seu peso será relativizado com as retrações de outros — sem que, por outro lado, essa alta deixe de ser notada. A retração nos preços médios da cesta como um todo se explica, sobretudo, pelo preço do arroz, que recuou 4,13% nos últimos 12 meses.
Variações nos preços dos itens mais consumidos na Páscoa
As estimativas para o consumo na data são positivas. Projeção da FecomercioSP indica que os supermercados devem faturar 5% a mais no mês de abril, em São Paulo, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Entra nessa conta não apenas a Páscoa, mas a conjuntura marcada pelo mercado de trabalho aquecido, o crescimento de renda e a disponibilidade de crédito.
Analisando os produtos da cesta, houve recuo de 0,29% nos pescados — principal proteína animal procurada na data —, assim como na batata-inglesa (-40,51%), na cebola (-37,62%) e no tomate (-7,66%). No entanto, foram registradas elevações significativas em alguns itens, como o alho, com alta de 26,37%, seguido pela azeitona, com 13,28%, e pelo ovo de galinha, com 13,23%. Este último tem sido um dos principais vilões nos supermercados, com aumento expressivo no início deste ano.
Para os empresários mais ligados à venda de ovos de Páscoa, o custo da matéria-prima certamente afetará a rentabilidade. Empresas com tradição devem passar o custo para o consumidor, mas aqueles que estão iniciando devem ter mais dificuldade, se não conseguirem praticar os preços mais altos.