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Copom reduz Selic em 0,75 ponto percentual

Para FecomercioSP, após período de instabilidades política e econômica, há espaço para início de ciclo prolongado de quedas de juros sem risco inflacionário

Banco Central pode continuar ciclo de queda de juros sem que haja perda de confiança sobre a sua atuação
Banco Central pode continuar ciclo de queda de juros sem que haja perda de confiança sobre a sua atuação

Para a FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), entidade a qual é filiado o Sincomercio (Sindicato dos Lojistas e do Comércio Varejista de Americana, Nova Odessa e Santa Bárbara d’Oeste), o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central acertou ao reduzir a Taxa Selic para 13% ao ano, diante de um cenário que considera muito mais estável do que no passado recente. As dúvidas sobre o ambiente político estão sendo reduzidas e os indicadores de inflação continuam a mostrar quedas.

Na análise da FecomercioSP, o Banco Central havia se mostrado conservador ao longo de quase todo o ano passado, mas agora enxerga motivos para estabelecer uma redução de juros de 0,75 ponto porcentual, sem que haja perda de confiança dos agentes na atuação da autoridade. Em 2016, o BC baixou os juros duas vezes (0,25 p.p. em cada) e agora acelera um pouco o ritmo. A entidade acredita que o movimento de corte de juros poderia ter começado um pouco antes, e pondera que ao menos se acelerou um pouco neste início de ciclo, diante de uma situação recessiva sem precedentes no País.

O IPCA, que fechou o ano passado dentro da meta e desacelerou rapidamente no último trimestre, também ajudou o Banco Central a acelerar o ciclo de redução de juros. A Federação acredita que com o fim da transitoriedade da autoridade do Banco Central, aprovação das primeiras propostas de ajuste fiscal e com a inflação efetivamente em queda, as autoridades econômicas terão um horizonte ainda mais claro para adotarem medidas que reduzirão os juros mais profundamente, sem comprometer o controle inflacionário nas próximas reuniões.

Para a entidade as primeiras ações após a definição política no sentido de arrumar a casa na dimensão fiscal foram positivas e vão ajudar ao BC a manter o poder de compra da moeda dentro de uma realidade com juros mais baixos. A PEC do Teto de Gastos, aprovada no final de 2016, e as reformas da Previdência e Trabalhista que estão encaminhadas, são fatores que a Federação julga relevantes no curto prazo para o ajuste macroeconômico.

A FecomercioSP espera ainda que na próxima reunião o ciclo de queda de juros mantenha o ritmo, pois acredita que existem condições para a redução continuada de juros ao longo de 2017, entendendo que a economia está sobrecarregada de impostos e juros que permanecem elevados, mesmo diante de um quadro de acentuada crise com quedas de PIB superiores a 3,5% ao ano.

A entidade espera que a estrutura de juros caia em breve para que o comércio, os setores de turismo e de serviços possam vislumbrar a possibilidade de retomada ao menos no final desse ano.