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Vendas no varejo: Desemprego e inflação são as principais causas de queda, aponta Sincomercio

Vasconcellos: consumidor continua priorizando itens essenciais
Vasconcellos: consumidor continua priorizando itens essenciais

Levantamento do IBGE apresentou queda de 0,6% em agosto, na comparação com julho, e 5,5% ante o ano anterior

Inflação alta e desemprego ainda foram os fatores que mais influenciaram na queda das vendas do comércio varejista em agosto. A análise é do economista do Sincomercio (Sindicato dos Lojistas e do Comércio Varejista de Americana, Nova Odessa e Santa Bárbara d’Oeste), Jaime Vasconcellos, com base em levantamento divulgado nesta terça-feira (18/10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

De acordo com o indicador, em agosto o volume de vendas foi 0,6% inferior a julho. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a queda foi ainda maior: 5,5% menos vendas antes o oitavo mês de 2015. De acordo com Vasconcellos, o mau desempenho das vendas do comércio em agosto ainda é um reflexo da redução de consumo das famílias.

“Infelizmente a inflação continua elevada (quase 10% em doze meses) e o mercado de trabalho, mesmo mostrando resultados negativos mais amenos, ainda afeta negativamente o poder de compra das famílias e, consequentemente o desempenho das vendas do comércio”, explica o economista. Segundo ele, o consumidor continua priorizando itens essenciais, como medicamentos e alimentos. “O desempenho das vendas só irá mudar com redução inflacionária e retomada de crescimento do emprego formal”, conclui Vasconcellos.

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Atividades

Na passagem de julho para agosto, a redução de 0,6% no volume de vendas no varejo teve predomínio de resultados negativos, atingindo seis das oito atividades pesquisadas. Em ordem de magnitude, as taxas negativas foram: Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-5,0%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-2,8%); Móveis e eletrodomésticos (-2,1%);Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,1%); Combustíveis e lubrificantes (-2,0%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,2%).

Por outro lado, pressionando positivamente encontra-se o setor de maior peso no conjunto do varejo, Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que com avanço de 0,8% compensa a queda de 0,7% registrada mês anterior, enquanto o setor de Tecidos, vestuário e calçados (0,0%) registrou estabilidade em relação a julho de 2016.

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2015

Na comparação com agosto de 2015, o volume de vendas no varejo assinalou queda de 5,5%, com todas as atividades investigadas registrando variações negativas. Três delas respondem pelo principal impacto na formação da taxa global do varejo: Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo(-2,2%); seguido por Combustíveis e lubrificantes (-10,0%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico(-10,8%).

A segunda maior contribuição veio de Móveis e eletrodomésticos, com queda de 9,3% nas vendas, enquanto o setor de Tecidos, vestuário e calçados, com recuo de 10,4%, exerceu a terceira maior participação na taxa global.

As demais taxas negativas foram registradas nos setores Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-3,8%); Livros, jornais, revistas e papelaria (-15,1%) e Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-9,0%).

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