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Após dois anos de retração, varejo paulista encerra 2017 com criação de mais de 6 mil empregos

Segundo a FecomercioSP, movimento de mais admissões que desligamentos no ano demonstra que o período de perdas de postos de trabalho ficou para trás

lojas de calcados
Em dezembro, lojas de vestuário, tecidos e calçados contrataram mais de 2 mil trabalhadores

Após dois anos de desempenho negativo, o comércio varejista do Estado de São Paulo voltou a gerar empregos com carteira assinada em 2017. A abertura de 6.326 postos de trabalho no ano reverte o quadro observado em 2015 e 2016, quando 107,5 mil vínculos celetistas foram extintos. Assim, o varejo paulista encerrou 2017 com um estoque ativo de 2.089.209 trabalhadores formais, alta de 0,3% em relação a dezembro de 2016. Além disso, pela primeira vez desde 2010, o setor voltou a registrar saldo positivo de empregos no mês de dezembro. Foram 925 vagas abertas no mês, resultado de 69.649 admissões e 68.724 desligamentos. Em dezembro de 2016, 5.133 foram fechadas.

Os dados compõem a Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP Varejo), realizada mensalmente pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) com base nos dados do Ministério do Trabalho, por meio do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, calculado com base na Rais (Relação Anual de Informações Sociais).

Em dezembro, apenas três das nove atividades analisadas geraram novos empregos, garantindo o desempenho geral positivo: lojas de vestuário, tecidos e calçados (2.021 vagas); supermercados (1.535 empregos); e farmácias e perfumarias (772 vínculos). Em contrapartida, destacaram-se negativamente os segmentos de outras atividades e de materiais de construção, que fecharam 1.480 e 926 vagas, respectivamente.

No acumulado de 2017, a geração de vínculos com carteira assinada foi impulsionada pelos supermercados (9.080 vagas); farmácias e perfumarias (4.282 vagas); e eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (3.685 vagas), sendo que essas duas últimas atividades apresentaram as maiores taxas de crescimento no número total de trabalhadores, de 2,5% e 2%, respectivamente. Por outro lado, os setores de outras atividades e de lojas de vestuários, tecidos e calçados eliminaram 4.635 e 2.543 vínculos celetistas em 2017, consecutivamente. Vale ressaltar que a maior taxa de retração no estoque de empregos em relação a 2016 foi registrada pelas lojas de móveis e decoração (-2,5%).

A assessoria econômica da Federação avalia como positivos os números do mercado de trabalho formal do comércio varejista no Estado de São Paulo em 2017. Apesar de um resultado ainda tímido para o tamanho do estoque de vínculos ativos e longe de repor ­as vagas eliminadas em 2015 e 2016, o fato de o setor ter registrado mais admissões que desligamentos ao longo de todo o segundo semestre e em dezembro, pela primeira vez desde 2010, demonstra que o período de retração de postos de trabalho seguramente ficou para trás – salvo os meses com sazonalidade negativa, como normalmente ocorre no primeiro trimestre do ano.

Para a FecomercioSP, a conjuntura de inflação mais baixa, juros em queda, confiança em recuperação e início de retração da taxa de desemprego influenciaram positivamente o consumo das famílias e, consequentemente, as vendas do comércio varejista, resultando na geração de novas vagas com carteira assinada. A Entidade espera que esse processo de recuperação se fortaleça em 2018.